E aqui estou ante vocês pregando a arquitectura orgânica, declarando que a arquitectura orgânica é o ideal moderno e o ensino tão necessário se queremos ver o conjunto da vida, e servir agora ao conjunto da vida, sem anteponer nenhuma "tradição" à grande TRADIÇÃO. Não exaltando nenhuma forma fixa sobre nós, seja passada, presente ou futura, senão exaltando as singelas leis do sentido comum —ou do super-sentido, se vocês o preferem— que determina a forma por médio da natureza dos materiais, da natureza do propósito... A forma segue à função? Sim, mas o que importa mais agora é que a forma e a função são uma.
F. L. Wright, Organic Architecture, 1939

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Contexto histórico a partir da influência da Escola de Chicago




Após o trágico incêndio em 1871 que ocorreu em Chicago se inicia a reconstrução da cidade. Essa reformulação arquitetônica e urbana transforma a cidade em uma grande metrópole, adotando novas tecnologias construtivas e novos materiais nos projetos.
A idéia de ocupar o máximo do terreno e da altura dele traz a volumetria cúbica, que acaba tomando conta da morfologia e rigidez formal e volumétrica, produzindo edifícios de forma semelhantes , que se diferenciam- se apenas por detalhes nas fachadas.
A arquitetura tem um caráter unitário nesse momento, a partir dessas técnicas surge uma arquitetura tipo, nesse contexto ela introduz uma nova linguagem , com a utilização de novos materiais construtivos e novas tecnologias pioneiras.
Assim a Escola de Chicago marca uma ruptura, baseando-se numa arquitetura nova, com uma nova tipologia, onde a forma e a função é definida pela estrutura.
Nesse contexto se destacam a equipe Adler e Sullivan, na escola de Chicago. Adler , urbano e culto, cuja as convicções socialistas se devem a Willian Morris , assim revelou-se um complemento ideal para Sullivan , intransigente e visionário. Seu conceito relativo à função era amplo e incluía considerações de teor estrutural, utilitários e social. Ele não evitava a ornamentação, ele procurava integrá-la ao projet, de tal forma que ela desse a impressão de que surgira da própria substância do material, pois Sullivan tenta reconciliar o natural com o industrial, por isso é considerado o pai do funcionalismo moderno da arquitetura orgânica.


O termo orgânico foi utilizado para debater relações entre a arquitetura e a natureza. Assim a arquitetura orgânica quer dizer mais ou menos a sociedade orgânica. Uma arquitetura que se inspira nesse ideal não pode reconhecer as leis impostas pelo ecletismo, ou pelo simples gosto , assim como uma sociedade orgânica deveria refutar as imposições externas a vida e contrastes como a natureza e o caráter do homem , que encontrou seu trabalho e o lugar onde pode ser feliz e útil, em uma forma de existência adaptada a ele.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A dualidade entre orgânico e racional

Ao longo de toda a história, duas tendências distintas persistem uma voltada para o racional e o geométrico, outra para o irracional e o orgânico:duas maneiras diferentes de lidar com o ambiente e dominá-lo.
Desde o inicio da civilização houve cidades planejadas de acordo com esquemas regulares e cidades que cresceram organicamente um exemplo do racionalismo, são os gregos antigos que situavam seus templos matematicamente proporcionados sobre as acrópoles rochosas, com seus contornos delineados, nos cumes das colinas, entre outros. Portanto na historia sempre houve um inevitável dualismo. Por um lado o orgânico, seguindo as leis dos organismos naturais, e por outro a supremacia do ideal euclidiano inventado pelo homem.Essa dualidade se reflete na arquitetura gótica e orgânica quem se esforçam para obter uma livre expressão da arte e em contrapartida há o renascimento, guiado por conceitos apriorísticos e com regras.Porem mesmo com a cisão,na historia da arquitetura,cada criação tem por sua vez uma linguagem orgânica e composta-racional .Como diz Bruno Zevi:

“não existe uma verdadeira arquitetura que não seja orgânica, mas ao mesmo tempo, não há uma arquitetura que também não seja composta.”


Essa cisão é provocada devido as diversas divergências no tipo da linguagem, a arquitetura orgânica, representa uma vivacidade que significa desenvolvimento, diferentemente da arquitetura funcional que representa uma linguagem repleta de formas e funções a serem seguidas.

terça-feira, 6 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desenvolvimento do orgânico

O adjetivo orgânico foi aplicado pela primeira vez na arquitetura de Louis Sullivan. E a palavra orgânica para Sullivan,assim como seu seguidor Wright é visto como um protesto contra a personalidade mutilada e contra a cultura mutilada. Assim, o movimento orgânico surge com uma linguagem diferente a fim de expor novas criações que vão contra a história de uma arquitetura cheia de regras e formalidades feitas para serem seguidas. Para Louis Sullivan o orgânico significava vivo, desenvolvimento , e não, como a arquitetura dominante de 1900.

’’Lamentável em sua frivolidade com funções sem formas,formas sem funções,detalhes incongruentes com as massas e massas somente congruentes com tudo o que seja frivolidade..’’


Os ideais orgânicos rejeitam regras arquitetônicas impostas pelo esteticismo exterior ou pelo mero gosto, assim como as pessoas a quem pertencera essa arquitetura rejeitará as imposições que estão de desacordo com a natureza e ou caráter do homem.

“O que achamos da arquitetura orgânica não e mera estética , nem culto, nem moda, mas um movimento real baseado na profunda idéia de uma nova integridade de vida humana de maneira que arte, ciência, religião são uma coisa só. Forma e função vistas como uma, isso e democracia”.
(citado em Van Eck -1994, p.266)

A arquitetura orgânica para Frank Lloyd Wright

O organicismo desde a antiguidade ate o século XIX, baseou na convicção de que a arte deveria imitar a natureza, mas não com a finalidade de produzir copias perfeitas , mas com a finalidade de criar uma ilusão de vida, de conferir as qualidades da natureza viva sobre os produtos do homem.
Para Frank. L. Wright a arquitetura orgânica seria uma entidade criada de dentro pra fora ,cujos os princípios seguem as leis que governam a natureza. Na pratica as obras devem ser concebidas de dentro para fora, diz Bruno Zevi em “Historia de La arquitectura moderna”. Portanto a famosa frase de Louis Sullivan “a forma segue a função “ , seria estão conseqüência natural de um sistema que tem seu espaço interior como seu ponto de partida.
O pensamento de Wright e a favor de não imitar as formas da natureza e sim utilizar seus métodos, a forma de como as funções são expressas por suas formas.


“Esse método por si mesmo não produz necessariamente um belo edifício, mas fornece uma estrutura, uma base que tem uma integridade orgânica, suscetível a imaginação do arquiteto e que abre imediatamente para ele a riqueza das sugestões artísticas da natureza, assegurando-lhe um principio norteador, dentro do qual ele nunca pode ser totalmente falso, fora de época ou desprovido de motivos racionais”.
(citado em Zevi 1949,p.168.)


Na teoria de Wright estão vigentes aqueles conceitos fundamentais que permitem a transposição da natureza para a arquitetura: unidade orgânica e imitação dos métodos naturais. Seu organicismo alem disso, ganha conotação políticas ao parecer como condição sine qua non da democracia.

“ Desde o principio tive a certeza de que a arquitetura provinha da terra e de que o terreno , as condições industriais do lugar , a natureza dos materiais e a finalidade da construção determinavam a forma de cada edifício.Quando um jovem começa a compreender a idéia de arquitetura orgânica , torna-se intolerante com as restriçoes irracionais, com as imposições empíricas, com os melodramáticos gestos operísticos, com cenografia que o pseudoclassicismo e o pseudorenascentismo confundem com a arte e arquitetura[...]Queremos simetria ritmo porque ambos são vitais, mas uma simetria oculta, graciosa e um ritmo uniforme a todo, mas que na se lance
aos ares como uma fim em si mesmo e sempre com uma escala humana em todas as proporções “[...]
(citado em Zevi – 1959, p.456)

domingo, 4 de julho de 2010

Wright, então, surge em um contexto de resistência ao colapso de 1893 e em um período de megalomania mesmo no fracasso e na pobreza extrema, a capacidade de reiniciar após a terrível prova de fogo Taliesin, em uma década de intransigência durante um momento arquitetônico de quase total inatividade, o anti estadismo, o ódio e a organização. Assim, surgira uma necessidade de continuar a protestar contra a sociedade e o governo.Wright,começa com um conceito anti classicista e diz que orgânico nada tem a ver com a arquitetura clássica, mas possui relação com os antigos edifícios japoneses,assim como a arquitetura nas catedrais góticas da Idade Média.

Frank.L. Wright teve uma experiência cultural com Adler e Sullivan, e para entender sua personalidade,tem que levar em consideração sua formação em Chicago. Este inicia sua atividade logo após a revisão formalística que dispersa a escola de Chicago após a exposição colombiana. Burnham e grande parte dos arquitetos de Chicago escolhem o neoclassicismo e propõem essa linguagem, Por outro lado Wright e outros como Griffin e Elmslie escolhem um limitado experimentalismo anti clássico e procuram a ocasião para exercê-lo á margem do mundo dos negócios e da construção oficial. Há então uma cisão entre maioria conformista e a minoria não conformista. Então, Wright insere-se bem no ambiente americano entre 1890 e 1910, onde existe uma classe media bastante numerosa que partilha tanto do entusiasmo, quanto dessa abstração iluminista tratada por ele.

Como todo inovador, Wright é um revolucionário que se opõe a moral utilitária da sociedade contemporânea e da educação acadêmica, seja esta tradicional ou moderna. E este dizia que:

“uma arquitetura orgânica implica uma sociedade orgânica’’



Não submetendo assim, o sentido orgânico apenas em uma obra,mas também em um novo modo de pensar e viver.

sábado, 3 de julho de 2010


Frank Possui uma ambição de criar uma arquitetura nova, independente dos estilos tradicionais e aderentes a vida moderna, assim como Sullivan. E pensa que alem das determinações históricas concretas, existe um estado natural, um aspecto genuíno da vida, que normalmente encontra-se escondido e contaminado pelas imposições e coações externas.
Aderindo a esse núcleo vital,nasce uma arquitetura finalmente liberta de todo conformismo e de todo sistema normativo, o adjetivo Orgânico.
Uma arquitetura que se inspira nesse ideal não pode reconhecer as leis impostas pelo esteticismo ou pelo simples gosto,assim como uma sociedade orgânica deveria refutar as imposições externas a vida e contrastantes com a natureza e com o caráter do homem, que encontrou seu trabalho e o lugar onde pode ser feliz e útil, em uma forma de existência adaptada a ele.
Tal como os liberais do século XVIII definiam seu sistema político e econômico sobretudo em termos negativos, enquanto a liberação do velho sistema de regras e de limitações, assim Wright fala de sua arquitetura sobretudo em frases como:

“independência de toda imposição externa, venha ela de onde vier-e de toda devoção aos clássicos, independência de todo padrão comercial ou acadêmico que ponha a vida em uma encruzilhada. E encontra infinitos modos para qualificar aquilo que não quer: o classicismo,o eixo maior e o menos,as cinqüenta e sete variedades,a cornija,cúpula o arranha céus,entre outros.Ele mesmo talvez perceba esse componente de sua cultura quando fala de liberalismo artístico”.

sexta-feira, 2 de julho de 2010



Frank Lloyd Wright enuncia as seis características do que significa a arquitetura orgânica para ele:

1 )A presença da simplicidade.Assim como dizia Sullivan’ pensar,é trabalhar em termos simples e quando três linhas são suficientes,cinco significam sempre estúpido’

2 )Ser anti racionalistas


3 )A presença da imagem da natureza.Este dizia que a riqueza da inspiração na natureza é inesgotável,por isso sua inspiração vem desta. Porem, este princípio tem conduzido repetidamente um equivoco de pensar Wright como um naturalista.

4 )Cores que se harmonizam com as formas naturais

5) Mostrar os materiais tal como são.Já que todo material tem sua mensagem para mostrar e para o artista criador o material serve como uma poesia.

6 ) A casa com caráter,ou seja que expresse sua função.



Wright possuía características em seus projetos que alem dessas, era a utilização de beirais que se prolongavam, assim este tentava fundir a casa com seu entorno, de modo que com freqüência é impossível dizer onde a casa começa. E essa propensão para o orgânico pode em parte explicar por que Frank Lloyd preferia utilizar materiais extraídos diretamente da natureza, paredes de pedra bruta, pisos de granito bruto e madeiras rústicas, sem acabamento. Alem disso, essa propensão justifica o desenvolvimento da sua planta aberta, flexível. Busca sempre conferir unidade espacial a arquitetura, porem fechando-a não a abrindo.
Ate em Chicago já havia uma preocupação de modo que ele não fez uso da ossatura nem de ferro nem de concreto, permaneceu bastante reticente quanto ao uso de vidro e do branco,e tão cauteloso com relação as aberturas,que se confundiam com as entradas.
Assim, esse vincula a habitação humana ao solo o mais intimamente possível introduzindo-o dentro da casa na forma de paredes rústicas. O terreno adere a casa como Luis Sullivan dizia:

“Uma realidade que se apreende com todos os dez dedos”

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Analise das obras-Casa da cascata 1936-1938


Entre todas as construções wrightianas , esta e a mais famosa. Foi construída em cima de uma cascata, entre as colinas da Pensilvânia, e se adapta perfeitamente as formas das rochas , seguindo assim sua forma orgânica. Apoteose das formas horizontais , com os impressionantes vãos da sala de estar e dos terraços dos dormitórios. Itinerário contraste: uma vez passando por uma pequena ponte de acesso, se entra por um estreito corredor situado na parte posterior da casa pendente a montanha, na entrada também há dimensões reduzidas para que todo espaço luminoso da sala de estar possa ser explorado em toda sua potencia. Se o nível da água abaixa , uma escada e suspendida. Aqui a atrevida arquitetura é a protagonista: Wright concilia o edifício com uma serie de bandejas separadas por blocos de pedras reforçadas nas suas bordas.
Nesse projeto ocorre claramente a união do cenário natural e a arquitetura, como é nítida a forma arquitetônica seguindo a da natureza.

quarta-feira, 30 de junho de 2010


Sua fusão com a paisagem e total , pois, passa do extenso uso de vidros horizontais, a natureza permeia a estrutura a cada passo.

terça-feira, 29 de junho de 2010



Seu interior convoca a atmosfera de uma caverna mobiliada, e não de uma casa no sentido tradicional.
Suas paredes de pedras rústicas e pisos lajeados revelam a intenção de prestar uma certa homenagem primitiva ao lugar. A eterna ambivalência de Wright diante da técnica nunca se expressou mais singularmente do que nessa casa, pois embora o concreto tenha tornado o projeto exeqüível, ele ainda o via como um material ilegítimo como um “conglomerado” que tinha pouca qualidade em si.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

Detalhes do projeto



Informaçoes da foto:
-O cenario natural e a arquitetura.Vista da cascata
-Planta do nivel de entrada.A direita;a ponte de acesso.Este primeiro nivel é todo ele uma ampla sala de estar
-Planta do segundo piso com a zona de noite
-Planta do terceiro piso com um quarto de dormir e a galeria-mirante
-Secçao

sábado, 26 de junho de 2010



-vista sudoeste
-os terraços salientes

sexta-feira, 25 de junho de 2010



-Caminho de entrada no lado leste:a varanda a esquerda e a cobertura saliente sobre a garagem apresentam-se estruturalmente solidários
-Vista noturna
-Pormenor do muro de fechamento do caminho de acesso visto de cima.Em primeiro plano o encaixe de uma janela
-cimenta e pedra local
-Frente oeste:o terraço é sustentado por um muro de pedra.À esquerda os septos de cimento que relacionam o terraço do segundo piso com as rochas
-As escadas cobertam que levam à casa dos hospedes
-A curva aos degraus do percurso coberto
-Apartamento dos hospedes de cimento e pedra local;construido em 1939

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Museu Solomon R. Guggenheim,Nova York,NY



O Guggenheim é uma intervenção urbanisticamente polemica porque denuncia as incongruências do tabuleiro de xadrez neo-iorquino.É polemico e blasfemo com relação à habitual ordenação dos museus,já que recusa o inerte mecanismo de salas-caixas justapostas,cada uma fechada em si mesma,sem continuidade.É polemico também pela relação museu-cidade,interpretada tradicionalmente como a antítese entre o sagrado e o cotidiano,onde o sagrado se distingue dos edifícios ordinários mediante uma escadaria retórica e uma fachada enfática feita de colunas.A catedral da arte Wright opõe um passeio pela arte,um caminho parecido a uma super-garagem que prolonga a da cidade envolvendo-se numa espiral aberta para reunir-se depois com o contexto urbano.

O museu de 1943,Frank Lloyd simplesmente colocou para fora a hélice decrescente do planetário,invertendo e,assim,convertendo o que previamente fora uma rampa para carros em uma galeria interna espiralada,uma hélice espacial estendida a qual Wright se referia mais tarde como uma ‘onda continua’.

quarta-feira, 23 de junho de 2010



Informaçoes da foto:
-Fundaçoes do bloco administrativo
-Planta do piso terreo
-Planta do 1o piso
-Secçao

terça-feira, 22 de junho de 2010



-Pormenores interiores
-Espaço central
-Acesso a primeira rampa
-Vista aerea
-Vista do vão central desde o alto
-Vista noturna

segunda-feira, 21 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Bibliografia:

Wright, F.L. Architettura orgânica, cit,, p . 27
Zevi, B, F. L. Wright , Milão 1947, p. 12
Zevi, B .F.L.Wright, 1985,p. 152a 160, 249 a 255.
Zevi, B , Historia de la Arquitectura Moderna, 1954.
Frampton ,K. ,Historia da Arquitetura Moderna ,200 , capitulo 21
Giedion , S. Espaço , Tempo e Arquitetura 2004 . p. 453